TEMA - A TRIPLICE ARMADILHA

Texto base -  I Jo. 16

“Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo”

No verso citado, João está fazendo um contraste entre dois mundos, duas verdades, duas fontes totalmente diferentes. Uma vida caminha em direção à eternidade e outra vive em função dos prazeres oferecidos pelo sistema mundano. O verdadeiro cristão precisa abster-se da “tríplice armadilha” do mundo e voltar-se para Deus.
A tríplice armadilha é o sistema de rebelião e orgulho que busca desafiar, destituir e se voltar contra o governo de Deus. Ela é perceptível da seguinte maneira:
I - A Concupiscência da carne

Manifesta-se através do desejo incontrolável de satisfazer o apetite da carne. São as tentações que têm a sua origem de dentro para fora, é o apelo para a vida e o prazer imediato, sem medir as consequências. Nessa armadilha, o homem torna-se escravo de seus desejos carnais mais internos e intensos e neles poderão estar inclusos todos os pensamentos e palavras relacionados à fornicação, ao estupro, ao adultério, à sodomia, à sensualidade etc. Em outras palavras, a concupiscência da carne refere-se a qualquer coisa que agrade à natureza decaída do ser humano.

II - A Concupiscência dos Olhos

Trata-se do desejo intenso de adquirir bens materiais. Enquanto a concupiscência da carne manifesta-se de dentro para fora, a concupiscência dos olhos ataca o homem de fora para dentro. É quando o homem acredita que a felicidade é encontrada nas coisas que se pode comprar com o dinheiro e usufruir com os olhos. Normalmente esse desejo está associado diretamente com a avareza, buscando preencher com bens aquilo que só Deus pode preencher, ou seja, o vazio do coração humano.

III - A Soberba da Vida

O homem soberbo é aquele que confia em seu próprio poder, recursos e despreza, vergonhosamente, a lei de Deus e os direitos humanos. É alguém arrogante que tenta impressionar os outros com sua importância. O homem soberbo é aquele que se vangloria com as riquezas externas que possui, com sua posição social, inteligência, joias, veículos, roupas etc. É alguém que gosta de estar em evidência em detrimento dos outros. É aquele indivíduo que se torna um “deus” de si mesmo e é movido por uma espécie de alucinação ilusória de si.

Essa mesma armadilha, com artifícios bem parecidos, foi utilizada para seduzir Eva no jardim do Éden. Veja: “Vendo a mulher que a árvore era boa [concupiscência da carne] para se comer, agradável aos olhos [concupiscência dos olhos] e árvore desejável para dar entendimento [soberba da vida], tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao seu marido, e ele comeu” - Gn 3.6

É possível vencer a armadilha montada pelo mundo, pela nossa própria carne e por Satanás. O verdadeiro cristão não vive para os prazeres da carne, mas para as alegrias do Espírito. Jesus é o maior exemplo daquele que venceu as tentações mundanas e viveu para Deus. Ele nos concedeu a presença do Espírito Santo que nos auxilia a vencer as tentações, não sucumbir diante delas, mas buscarmos a pureza e a santificação a cada dia.

Uma ilustração pertinente a respeito do tema dá-se do seguinte modo: um grupo de crianças foi visitar um grande hospital. Após percorrer os corredores e falar sobre os cuidados e a higiene do local, a enfermeira que os guiava perguntou: Alguém tem perguntas? Uma criança levantou a mão e disse “porque as pessoas que trabalham aqui estão sempre lavando as mãos?” A enfermeira sorriu e respondeu: “Por duas razões, primeira, porque amam a saúde, e segunda, porque elas odeiam os micróbios”.
Assim também é na vida cristã, precisamos desprezar os prazeres mundanos, purificar o nosso coração na Palavra, buscando com avidez a face de nosso Redentor. Dessa forma, seremos livres da tríplice armadilha do mundo e iremos nos deleitar nas recompensas e prazeres eternos encontrados em Cristo Jesus.
Que Deus nos ajude!

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