SÉRIE - MORTIFICANDO A CARNE
SÉRIE - MORTIFICANDO A CARNE - PORQUE DEVEMOS MORTIFICAR A CARNE?
TEXTO BASE - COLOSSENSES 3.5-11
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Ensinar que a mortificação é um mandamento divino
- Mostrar as obras da carne que o cristão deve abandonar
- Destacar que a mortificação é um ato muito simples e fácil, quando feito em Cristo Jesus.
INTRODUÇÃO
Uma vez que desejamos uma maior aproximação com o nosso Senhor, precisamos deixar de uma vez por todas a vida habitual de pecado. Sem renunciar à iniquidade, jamais poderemos ter intimidade com Ele. E o caminho para o abandono do pecado, que vem sempre seguido de uma maior comunhão com Deus, passa necessariamente pela mortificação da carne. Nessa série, veremos que a mortificação não é uma opção para quem quer servir a Deus, trata-se de um imperativo divino: "mortificai, pois, os vossos membros...". Contudo, por causa dos meios simples que o Senhor disponibilizou para seus filhos, atender a tal mandamento, se tornou um forte estímulo.
Somos salvos pela graça, por meio da fé - Ef 2.8. Isto pode parecer a princípio que a nossa salvação independe do nosso comportamento. No entanto, quando Deus salvou o homem, o fez não somente para livrá-lo da condenação eterna, mas também, para resgatá-lo do pecado, apresentá-lo apto para o seu serviço e para adoração. Talvez seja por causa deste pensamento na igreja que Paulo argumentou: "... Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante? De modo nenhum! Nós que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?" - Rm 6.1-2.
Vejamos porque necessitamos da mortificação:
1 - Porque a nossa inclinação natural se opõe à nova natureza celestial - "Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a vil concupiscência e a avareza, que é idolatria" - Vs.5
- A prostituição é pecado que envolve todos os tipos de comportamentos sexuais ilícitos, incluindo desvios e aberrações - Rm 1.26-27. A impureza se refere à intenção imoral. A paixão revela sensualidade, luxúria e lascívia. A concupiscência é o desejo por algo proibido, mas que se persegue para a satisfação de desejos carnais. Por último, a avareza que é idolatria. Estas inclinações humanas se opõem às práticas do novo homem: "E vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade" - Ef 4.24
2 - Porque vivendo segundo a carne nos tornamos alvo da ira divina - "pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência". Vs.6
- Antes de conhecermos a Deus e de sermos salvos por Ele, praticávamos todos os desejos ilícitos da carne, e por isto "éramos por natureza filhos da ira" - Ef 2.3. O sacrifício de Cristo mudou de forma radical a nossa realidade, pois deixamos de ser filhos da ira, e nos tornamos filhos de Deus. Contudo, a Palavra do Senhor nos adverte que se voltarmos a andar nos desejos da carne, satisfazendo a sua vontade, atrairemos novamente a ira de Deus. "Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens..." - Rm 1.18a
3 - Porque viver segundo a carne é próprio de quem nunca nasceu de novo - "nas quais também, em outro tempo, andastes, quando vivíeis nelas". Vs.7
- Para o cristão, o pecado é coisa do passado, quando ainda éramos gerados da carne - Jo 3.6 e quando ainda vivíamos em um estado de ignorância - I Pe 1.14. Éramos por natureza escravos do pecado - Jo 8.34 e inimigos declarados de Deus - Rm 5.10. No entanto, hoje conhecemos ao Senhor e a sua Palavra; portanto, não existe justificativa para continuarmos nas práticas mundanas, pois, se assim o fizermos, estaremos provando por meio de ações que ainda não fomos regenerados. "Mortificai, pois, os vossos membros que estão sobre a terra".
SÉRIE - MORTIFICANDO A CARNEI - COMO PODEMOS MORTIFICAR A CARNE
Muitos cristãos enfrentam grandes dificuldades para vencer o pecado pelo fato de tentarem fazê-lo apelando para a força de vontade, fazendo resoluções e votos, prometendo a Deus mudanças no comportamento. Contudo, antes mesmo de saírem do lugar de oração, já voltam a pecar.
Veremos aqui a maneira bíblica de vencermos o pecado:
1 - Despojando-nos dos seus feitos - "Mas, agora, despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca. Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos". Vs.8-9
- Os pecados internos, tais como a ira, a cólera e a malícia, são aqueles que se manifestam em nossos sentimentos interiores. Já os externos, como a maledicência, as palavras torpes e a mentira, são aqueles que se manifestam verbalmente. O texto diz que devemos nos despojar destes males, não importa de que natureza eles sejam. O despojamento das obras da carne equivale a se despir dos trapos imundos do pecado, e se vestir das vestes brancas de santidade - Ap 3.4-5
2 - Vestindo-nos do novo homem - "e vos vestistes do novo, que se renova para o conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou". Vs.10
- Trata-se de uma renovação contínua, baseada em novos conceitos e virtudes, e não apenas o abandono de alguns vícios e a aceitação de bons valores. Paulo combate a santidade que se baseia no sacrifício, como por exemplo, guardar costumes e combater as paixões da carne, por meio da mutilação do corpo, do autoflagelo e das resoluções. É um esforço inútil, na busca por controlar os desejos interiores. O correto é despir-se de tudo que é contrário à vontade de Cristo e revestir-se Dele. A imagem de Deus é recriada no cristão pela aplicação da obra de Cristo em sua vida - II Co 3.18. O novo homem é a própria personalidade do Senhor implantada no cristão pelo Seu Espírito.
3 - Fiando-nos na força de Cristo - "onde não há grego nem judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos". Vs.11
- Os povos bárbaros eram considerados indomáveis, assim como a nossa natureza. A morte com Cristo na cruz e a união com Ele por meio do batismo, são verdades essenciais que fortalecem o cristão na sua luta diária para "matar" o velho homem - Mc 8.34. Se Cristo é tudo em nós e para nós, já não há justificativas para andarmos fazendo a vontade da carne e alimentando o nosso ego. "E é por Cristo que temos tal confiança em Deus; não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus" - II Co 3.4-5. "Cristo não é absolutamente valorizado a menos que Ele seja valorizado acima de tudo" (Agostinho).
CONCLUSÃO
Vimos que a libertação das práticas mundanas e carnais é inteiramente possível, desde que estejamos dispostos a renunciar. A mortificação do velho homem não é apenas importante, é fundamental. Não podemos andar fazendo a vontade da carne, pois já nos despimos do "velho homem" e nos vestimos do "novo", criado por Deus para andar em santidade. A mortificação não depende de esforço humano, pois se assim fosse, poderíamos nos gloriar; depende, todavia, da fé aplicada em Cristo que é tudo em todos - I Co 15.57
Para reflexão
• Você aprendeu que as práticas pecaminosas da carne atrai a "ira" de Deus?
• Como você tem lidado com: a ira, cólera, malícia, e palavras torpes?
• Em relação à mortificação, como podemos vencer as paixões da carne?
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