TEMA: OS DONS E SUAS FUNÇÕES


Texto bíblico: I Co. 12.1-11

Versículo chave
Acerca dos dons espirituais, não quero,irmãos, que sejais ignorantes” I Co.12.1

Objetivos da Lição
  • Ensinar, de acordo com o texto bíblico, a função dos dons espirituais
  • Mostrar que os dons são distribuídos pelo Senhor com finalidade determinada por Ele

Introdução:
O capítulo 12 de I Co. inicia-se com um esclarecimento sobre os dons, pois a desordem estava reinando nas reuniões devido ao desconhecimento das manifestações espirituais. Os dons são a capacitação que o Espírito Santo dá aos filhos de Deus, com o propósito de executar algum tipo de serviço para o benefício da igreja. Portanto, veremos nesta lição como os dons espirituais se classificam:

  1. OS DONS QUE CONCEDEM PODER PARA SABER

    1. Palavra da sabedoria. Vs.8
Encontramos na Bíblia várias referências a sabedoria. Aqui Paulo refere-se à sabedoria como conhecimento do plano divino. Se analisarmos a expressão, descobriremos que palavra é a capacidade de comunicar, e que sabedoria é a capacidade de analisar algo que já foi revelado. Como exemplo de sabedoria podemos citar a arte de interpretar sonhos, dar conselhos sábios, prudência em tratar determinados assuntos, habilidade no trato com pessoas não convertidas, discrição ao comunicar verdades cristãs, conhecimento e práticas para uma vida reta e habilidade para a defesa da causa de Cristo.

    1. Conhecimento. Vs.8
A palavra conhecimento (gnosi), neste contexto, significa conhecimento de Deus, das coisas que pertencem a Ele, da fé, da vida cristã e dos deveres humanos.

    1. Discernimento
Capacidade dada por Deus para distinguir entre o verdadeiro e o falso. Pode haver uma inspiração falsa, obra de espíritos enganadores ou do espírito humano. Podemos citar o exemplo do Vs..3 "anátema Jesus", onde Paulo explica que ninguém pode fazer tal declaração pelo Espírito de Deus. Como perceber a diferença? É o dom do discernimento que capacita o seu possuidor a detectar se o profeta está falando, ou não, inspirado por Deus. O Espírito Santo capacita o crente para enxergar todas as aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza da inspiração.

  1. OS DONS QUE CONCEDEM PODER PARA REALIZAR


Esta fé distingue-se da fé salvadora, e da confiança em Deus. Ela é uma dotação especial de poder do Espírito. Certo escritor a descreveu como fé miraculosa, a que vem sobre os servos de Deus em tempo de crise, de maneira tão poderosa que são elevados fora da fé natural em Deus. É a esse tipo de fé que Jesus disse que, se for do tamanho de um grão de mostarda, pode mover montanhas. Imaginemos essa fé na alma do homem. Que milagres ela pode produzir!

    1. Milagres
Obras de poder. Seu caráter sobrenatural reside precisamente na origem divina e não na admiração que possa causar ao espírito humano. O milagre é a ação divina de aparência inteiramente comum, visível apenas para o crente. Qualquer outro fenômeno, por mais impressionante que seja aos olhos humanos, se não tiver relação com a fé, não é milagre. O próprio Jesus declara em Jo 14.12 que aquele que nele crer, fará as obras que Ele faz e outras maiores. Em At.19.11, encontramos que Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres extraordinários.

    1. Curas
Esse dom é uma manifestação de Deus para, de maneira sobrenatural, dar saúde aos enfermos por meio da oração. Isso não significa que as pessoas agraciadas com esse dom podem curar todos os enfermos, devendo dar lugar à soberania de Deus e à atitude e condição espiritual do enfermo. O próprio Cristo foi limitado em sua capacidade de operar milagres por causa da incredulidade do povo. O doente não depende inteiramente de quem detém o dom. Todos os crentes em geral e os anciãos da igreja estão dotados de poder para orar pelos enfermos segundo - Mc 16.18; Tg. 5.14


  1. OS DONS QUE CONCEDEM PODER PARA FALAR:

    1. Profecias
A profecia é a expressão de uma mensagem previamente recebida pelo profeta, por meio de sonho, visão, ou pela palavra do Senhor. Pode ser também extática, uma expressão de inspiração do momento, podendo tomar a forma de exaltação e adoração, admoestação, exortação, ou de conforto e encorajamento inspirando os crentes. Ela se distingue da pregação comum, pois enquanto esta é o produto do estudo da revelação existente, a profecia é de inspiração espiritual espontânea e não pretende suplantar o ensino ou a pregação, mas complementá-los. O seu objetivo é edificar, exortar e consolar os crentes. A inspiração manifestada na profecia não é comparável a das Escrituras, por isso, deve ser precedida de julgamento - I Co 14.29.

    1. línguas
Poder de falar sobrenaturalmente em uma língua nunca aprendida por quem fala, sendo essa língua feita inteligível aos ouvintes por meio do dom igualmente sobrenatural de interpretação. Parece haver duas classes de mensagens em línguas: primeira, um êxtase de louvor dirigido a Deus; a segunda, uma mensagem definida para a igreja. Distingue-se entre as línguas como sinal e línguas como dom.
A primeira é para todos, a outra não. Paulo recomenda aos coríntios que os dons são motivo de regozijo daqueles que os recebem, mas nunca devem ser motivo de superioridade. O alvo final de toda ação no seio da comunidade é a edificação do corpo de Cristo.

    1. Interpretação
É uma operação puramente espiritual. O mesmo Espírito que inspirou o falar em outras línguas pode fazer a também a sua interpretação. A interpretação é, portanto, inspirada, extática e espontânea.

CONCLUSÃO
Deus é soberano para outorgar os dons, portanto é Ele quem decide a classe de dons a ser outorgada. Pode conceder um dom sem nenhuma intervenção humana, mas age geralmente em cooperação com o homem. O que se pode fazer nesse caso? Coloquemo-nos na Sua presença em submissão à Sua vontade, aceitando o que ele quer nos dar.
Não cremos que a melhor forma para receber os dons espirituais seja sentado, de braços cruzados, antes, pelo contrário, posto que os dons são instrumento para a edificação da igreja. É mais razoável começar a trabalhar para Deus e confiar nele a fim de que conceda o dom necessário para cada tarefa em particular.

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