TEMA - A PRESENÇA DE DEUS E A VIDA INABALAVESL
TEXTO
BASE - SL.15
INTRODUÇÃO
Este
salmo recebeu um título que influência
sua interpretação: “cidadão do céu”. Com ele, a leitura
ganhou contornos de uma ética centrada no esforço pessoal e
recompensada com a herança celeste. Por isso, o salmo também perdeu
a força de sua mensagem, que tornou-se distante como projeto de vida
e futura como realização de Deus na humanidade.
O
problema reside na interpretação das expressões “Quem
habitará na tua tenda?”
e “Quem
morará no teu santo monte?”
A tenda e o monte eram concretos.
Devemos compreender estas expressões como uma única
interrogação: Senhor,
quem permanecerá na tua presença? A
pergunta não é por quem entrará, mas
por quem permanecerá.
Não se trata de “mudar para chegar”, mas de “chegar para
mudar”. A presença de Deus é responsável pelas mudanças na vida
pessoal, não o contrário.
Que
mudanças, porém, seriam estas?
Primeira
-
o
fim da dicotomia entre conscientização e ação.
Não
é possível que conheçamos o caminho da vida e vivamos enredados na
morte. A presença de Deus é um convite à integridade,
onde não existe espaço para a incoerência entre a teoria e a
prática. A presença de Deus é também um desafio à prática
da justiça e
um apelo à sinceridade.
Segunda
-
o
fim da destrutividade alheia em nome da auto-preservação.
A
presença de Deus é um convite à proteção
da privacidade do outro, um
desafio ao respeito e
um apelo à veracidade. Nela
reconhecemos que somos todos – sem exceção – feitos à Sua
imagem e semelhança. Aqui reside o desafio do amor.
Terceira
-
o
fim da inversão dos valores.
Infelizmente,
os valores do mundo têm superado e ofuscado os valores do Reino. A
presença de Deus é, portanto, um desafio àresistência. É
um convite ao reconhecimento da
honra que têm os que temem a Deus e buscam os valores eternos. A
perversidade e seus frutos devem ser desprezados.
Quarta
-
o
fim do monopólio do “EU” nas iniciativas pessoais.
Nunca,
em toda a história, os interesses individuais ou de pequenos grupos
tiveram tanta proeminência frente aos interesses coletivos. Por
isso, a presença de Deus é um apelo à abnegação.
Devemos despojar-nos de nossos interesses. Nem o dano próprio pode
ser impedimento.
Quinta
-
o
fim da supremacia da coisa sobre a pessoa.
Vivemos
dias em que coisas tornaram-se, para muitos, mais importantes que
pessoas. A presença de Deus transforma essa realidade, pois é um
convite à voluntariedade
solidária e à verdadeira
humanidade. Diante
da divindade nossa humanidade – e a do outro – torna-se mais bela
e mais valiosa, porque o próprio Deus a considera assim. Ele ama
suas criaturas; isso lhes confere dignidade e valor.
A
permanência na presença de Deus é permanência em Jesus Cristo.
Seu sacrifico permitiu-nos acesso a Deus e garantiu-nos poder do
Espírito para o desfrutar das mudanças que deseja operarem nós.
Que nosso ingresso na presença de Deus, por Jesus Cristo, nos
conduza a mudanças em nosso caráter e relacionamentos.
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