TEMA - AS AMIZADES E SUAS INFLUÊNCIAS

Texto base -  Pv 4.10-27

INTRODUÇÃO

A derrocada de Israel, a partir da insensatez do rei Roboão, foi porque ele deixou de seguir os conselhos dos anciãos que serviram ao seu pai, o rei Salomão, para seguir os conselhos dos seus jovens amigos.

Pois bem, o livro de Provérbios foi escrito exatamente pelo rei Salomão, pai de Roboão, entre outras coisas, “para dar aos simples prudência, e aos jovens, conhecimento e bom siso” - Pv 1.4. Como podemos constatar no texto bíblico, Roboão não aprendeu com os ensinos do seu pai. Porém, tanto os sábios conselhos de Salomão como a desobediência do seu filho estão registrados nas Escrituras para o nosso ensino.

Em nossos dias tendemos a achar que as coisas estão piores do que antigamente. Achamos que ensinar a obediência aos nossos filhos, e ensiná-los a escolher boas amizades está cada vez mais difícil, porque as crianças estão cada vez mais informadas e informatizadas. Pois bem, no tempo de Salomão, não existia essa tecnologia da informação nem da informatização, e como podemos inferir do texto bíblico, ele não soube ensinar a obediência ao seu filho Roboão, tampouco o ensinou a escolher boas amizades.

Irmãos queridos, as coisas espirituais não têm idade. Elas são eternas, portanto não mudam. As coisas seculares é que são dinâmicas, mudam de acordo com a cultura de cada época. A Bíblia trata de coisas espirituais, e como as coisas espirituais se manifestam no tempo e no espaço, enquanto Jesus não vem, nós só precisamos discernir os tempos à luz da eternidade das Escrituras Sagradas, e seguir os seus ensinamentos.

É nesse sentido que o povo de Deus pode e deve fazer a diferença e causar impacto na sociedade, como ensinou o Senhor Jesus: “Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns para com os outros”  - Jo 13.35. Ou seja, o sinal distintivo do cristão é o amor, a amizade verdadeira. Observem que o Senhor Jesus estava falando aos seus discípulos sobre a amizade entre eles, entre os discípulos de Jesus.

Se somos discípulos e amigos de Jesus, devemos observar os seus mandamentos, como ele também ensinou: “Vós sois meus amigos, se fazeis o eu que vos mando”  - Jo 15.14. Vamos inverter esta afirmação? A inversão nos ajuda a perceber melhor a gravidade da palavra. “Se não fazeis o que vos mando, vós não sois meus amigos”.

Percebem a gravidade? E se não somos amigos de Jesus, a questão é: Que tipo de amizade nós temos cultivado? Quem são os nossos amigos? Que ensinamentos nós temos transmitido aos nossos filhos nesse sentido? Quem são os amigos dos nossos filhos?

Queridos, como já dissemos, as coisas espirituais são eternas. A Bíblia trata de coisas espirituais. Portanto, independentemente de época, do estágio avançado em que se encontra a tecnologia da informação e da informatização, precisamos observar o ensino bíblico acerca das amizades que devemos ter, e ensinar os nossos filhos a seguir os nossos passos.

Ouçamos a Palavra de Deus - Vs.10-13. Este é o princípio da sabedoria: o temor do Senhor - Pv 1.7. Observar a sua palavra é a essência da vida do crente - Sl 119.9. Porém, como podemos ver nos versículos seguintes, há um perigo mortal que precisa ser evitado: as más amizades, as más companhias - Vs.14-19.

Irmãos, nada pode ser mais perigoso para o crente do que as más amizades, as más companhias, especialmente para o jovem, como o foi para o jovem Roboão. O problema é que normalmente imaginamos que as más amizades, as más companhias são pessoas que vivem claramente à margem da lei dos homens: bandidos, viciados e prostitutas, por exemplo. Não é assim, meus queridos! As más amizades, as más companhias de que a Bíblia fala, como ela é um livro que trata de coisas espirituais, em princípio, são aquelas pessoas que vivem à margem da lei de Deus, e não apenas à margem da lei dos homens.

Eu tenho dito aos irmãos que as sutilezas do mundo, as meias verdades, e principalmente as pregações que se desviam, ainda que seja minimamente, da integridade da Palavra têm solapado a nossa capacidade de discernimento. Precisamos discernir que os perversos de que a Palavra fala, dos quais nós precisamos nos desviar, são todos aqueles que se orientam por valores distorcidos da verdade -  Vs.14-15; são os que sentem prazer em desviar os retos para os seus maus caminhos - Vs.16; são aqueles que se alimentam da perversidade, que ganham o seu sustento mediante a iniquidade, inclusive pastores- Vs.17; são aqueles que, ainda que aparentemente sejam boas pessoas, andam em trevas, rumo ao abismo - Vs.19.

Por isso, não podemos imaginar que sabemos mais do que Deus sobre quais devem ser as nossas amizades, quais devem ser as nossas companhias. Precisamos atentar para as palavras de Deus - Vs.20-22. Normalmente dizemos que os jovens são insensatos, mas não são apenas eles. Os adultos também o são, porque o coração é enganoso e corrupto, como ensina o profeta Jeremias - Jr 17.9

É por isso que o - Vs.23 nos manda guardar o coração, e esse guardar o coração implica guardar no coração a palavra de Deus para não pecar contra a sua santidade - Vs. 119.11. Ele é o nosso Criador; ele é o nosso salvador; ele é o nosso Senhor; ele sabe como devemos nos conduzir, e com quem devemos andar neste mundo, até que ele venha nos buscar.

Se guardarmos o nosso coração, ou, em outros termos, se guardarmos a palavra de Deus no coração, conforme o Sl 119.11, naturalmente seguiremos o ensino do - Vs.24, e desviaremos a falsidade da nossa boca, e a perversidade dos nossos lábios. Afinal, como o Senhor Jesus ensina, “a boca fala do que está cheio o coração” - Mt 12.34. Como o nosso Deus é sábio! Como as Escrituras são maravilhosas!

Neste mesmo livro de Provérbios encontramos vários outros ensinamentos acerca das qualidades de uma boa amizade, ou de uma boa companhia, que deve ser fiel, sincera, conselheira e respeitosa - Pv 27.5-6. Agora, prestem atenção! O - Pv 18.24 nos ensina que “o homem que tem muitos amigos sai perdendo; mas há amigo mais chegado do que um irmão”. Sabem o que quer dizer isso? Aquele que tem muitos amigos, na hora da angústia pode descobrir que na verdade não tem nenhum. Já um amigo verdadeiro é um tesouro.

Eu fico muito preocupado quando vejo pessoas da Igreja com cerca de mil amigos no facebook. Isso é preocupante, porque essa pessoa, certamente, não sabe selecionar os seus amigos. O exemplo do Senhor Jesus é bastante significativo. De uma multidão de seguidores, ele tinha cerca de 120 discípulos verdadeiros. Destes, ele escolheu 12 para amigos íntimos, a fim de comissioná-los como apóstolos. E dentre estes, podemos ver no texto bíblico que três eram mais chegados que os demais: Pedro, João e Tiago.

Queridos, as amizades ou as companhias sempre são bênção ou maldição; sempre nos dão alegria ou nos causam tristeza; sempre nos consolam ou nos magoam. Isso depende das escolhas que fazemos. Porém, precisamos saber que, antes de procurar ter amigos, precisamos ser amigos de Jesus, e ser amigos como Jesus. Também precisamos saber que seguindo nessa direção, sem nenhuma dúvida teremos problemas como Jesus também teve, mas, certamente seremos fieis despenseiros do evangelho da graça do nosso Senhor Jesus, para louvor da gloria de Deus Pai. Amém