TEMA - DESERTO, LUGAR DE APRENDIZADO
Texto base - Dt.8.1-8
“Lembra-te dos caminhos pelos quais o Senhor te guiou no deserto”
Por que Deus permite a tribulação? Muitos hoje defendem a afirmação de que as tribulações vêm do diabo e que a vontade de Deus é uma vida sem problemas. A mensagem emitida diz que o Senhor não quer o sofrimento dos seus filhos e que uma vida de plena comunhão com Deus é aquela imune às lutas comuns de todos os seres humanos.
A Palavra de Deus, entretanto, nos afirma que, muitas vezes, ele próprio nos manda para o deserto. Para que não tenhamos dúvidas sobre isso, lembremos que nem mesmo o Filho de Deus esteve isento da provação: “o Espírito Santo o conduziu ao deserto para ser tentado pelo diabo” - Mt.4.1-11. Obviamente, não estamos discorrendo sobre deserto no sentido literal (as terras áridas da Palestina), mas sobre situações em que somos privados do conforto comum do dia a dia, ou nos vemos rodeados de dificuldades e não conseguimos perceber saídas fáceis.
O deserto é um lugar solitário e inóspito, um lugar onde estamos sozinhos com Deus, sem distrações. Se Deus nos ama, por que nos mandaria para o deserto? Isso não seria falta de amor? Pelo contrário, o deserto é uma das melhores salas de aula para aprendermos as lições do Senhor.
No deserto, Deus nos humilha.
Ele sabe que o maior inimigo de nós mesmos é o ego: o orgulho, a vaidade, a soberba, a prepotência, a auto-suficiência. Deus quer nos livrar da justiça própria, que se recusa a reconhecer os próprios pecados. Quer nos livrar da hipocrisia, que estabelece altos padrões morais para os outros, mas não move um dedo para vivê-los. Quer nos livrar de um espírito crítico, que vê o menor argueiro no olho do irmão, mas não consegue perceber a trave que está diante dos próprios olhos. No deserto, Deus nos faz ver quem realmente somos. As máscaras caem. Os pecados mais íntimos são revelados. Arrependimento e contrição são seguidos pelo perdão de Deus, que nos faz humildes na sua presença.
No deserto, Deus nos prova.
Não temos dúvida da onisciência de Deus. Ele sabe o que ocorre nos recessos de nosso coração. Ao mesmo tempo, quer evidências de que estamos prontos a obedecer-lhe de todo o coração. Palavras somente, por mais tocantes que sejam, não são suficientes. Podemos confessar com lágrimas que amamos a Deus e estamos prontos a entregar-lhe nossa vida, mas é no deserto que demonstramos a realidade de nosso amor por ele. Quando tudo vai bem, é fácil louvá-los; no deserto, contudo, descobrimos o que está em nosso coração: murmuração, ingratidão e desejos de voltar para o Egito emergem em nossa mente, precisamos nos perguntar até onde confiamos no Senhor. Se, por outro lado, mantemos uma fé inabalável naquele que prometeu uma terra que mana leite e mel, então certamente estamos aprendendo lições que não aprenderíamos em outro lugar.
No deserto, Deus revela sua provisão.
Enquanto vivemos na ilusão de que somos capazes de resolver nossos problemas e conduzir nossa vida, não sabemos o que significa a intervenção de Deus. Confiamos mais em nosso contracheque, em nossas posses, em nossas habilidades. No deserto, descobrimos que a água pode jorrar da pedra e o pão pode vir do céu. Experimentamos, na prática, a presença de Deus, que age de forma inconfundível e podemos dar testemunho de que ele é o Deus vivo.
No deserto, Deus nos alimenta espiritualmente.
“Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.” A verdade de Deus nos alimenta, nos dirige, nos corrige, nos educa, nos disciplina. Ela é a nossa vida. Como uma árvore ao lado de um rio, assim é aquele que ama a Palavra de Deus: suas folhas são verdes e seus frutos abundantes. Como um pai, Deus nos disciplina para que alcancemos a maturidade. Por tal razão, não desfaleça no deserto. Há um propósito. Há uma necessidade. Você, quando entrar na Terra Prometida, se lembrará que as mais preciosas lições da vida foram aprendidas no deserto
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