TEMA – AS ESPERANÇAS QUE NASCE NA TRISTEZA
Texto
base – Sl 42.1-11
INTRODUÇÃO
Existe
um consenso entre os estudiosos bíblicos de que este salmo foi
composto por pessoas que estavam vivendo em um cativeiro longe de sua
pátria (os filhos de Coré) sob a opressão de um inimigo impiedoso.
Nesse
período de sua vida, os salmistas comeram o pão de dores. Eles
apresentam neste salmo uma rica lição do valor que existe no templo
de aflições no deserto para o progresso de nosso conhecimento do
Senhor.
Philip
Yancey, fazendo uma analise do livro de Jó, disse que Deus tem mais
interesse na qualidade de nossa confiança e obediência e Ele do que
no nosso conforto temporário. Isto aos ouvidos de uma sociedade que
busca de todas as formas eliminar o máximo de dor, prorrogar a vida
e oferecer toda espécie de conforto ao homem, é algo extremamente
aversivo. Ouvir sobre a necessidade de andarmos neste caminho para o
desenvolvimento da espiritualidade, parece absurdo. Porem, quem
estuda a Bíblia com critério não terá muita dificuldade de
alimentar esta tese.
Ana,
a mãe do profeta Samuel, teve seu ventre impedido de gerar um filho
por longo tempo, por uma intervenção direta d do Senhor (I Sm
1.5-6). Esse tempo de privações deu-lhe uma espiritualidade capaz
de produzir uma das mais belas expressões de adoração ao Senhor do
Universo (I Sm 2.1-10).
A
bíblia possui muitos exemplos semelhantes:
Pedro
disse que “... é coisa agradável, que alguém, por causa da
consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente.”
I Pe. 2.19
Se
temos esta consciência, podemos refletir nas palavras de salmista e
aprender com ele algumas lições que a vida no deserto pode oferecer
para enriquecer nosso conhecimento do Senhor e consequentemente o
envolvimento integral com Ele.
F.T.
Quais lições que podemos aprender com o salmista sobre a vida de
tristeza no deserto que possa enriquecer nosso conhecimento do
Senhor?
-
A TRISTEZA É UM INSTRUMENTO QUE NOS ENSINA A DESENVOLVER A MATURIDADE ESPIRITUAL. Vs.1-4
Distante
do conforto e alegria de sua casa, os salmistas tiveram oportunidade
de desenvolver uma intensa necessidade por Deus. Eles puderam
ilustrar esta carência da alma como a da corça que carece da agua
para saciar a sede. Passaram a ter necessidade de ver o Deus vivo
face a face. O deserto gerou neles a necessidade de intimidade com o
Senhor.
Ali,
reconheceram o valor do tempo em que participaram provavelmente como
lideres de um culto festivo ao Senhor. Eles puderam dar mais valor à
intimidade com Deus.
Uma
ilustração para esse momento é: se os filhos de Corá alguma vez
faltaram à escola dominical para jogar bola, puderam nesse período
reconhecer que nada dever substituir o tempo reservado para com Deus
e celebra-lo.
-
A TRISTEZA É UM INSTRUMENTO QUE NOS ENSINA A ESPERAR EM DEUS. Vs. 5-6
Por
duas vezes os filhos de Corá se animam ao colocar sua esperança no
Senhor. Na solidão, eles veem na necessidade de fazer algumas
perguntas que podem conduzi-los ao verdadeiro conforto que vem do
livramento futuro das mãos do Senhor: “Por
que minha alma você esta abatida? Por que minha alma você esta
angustiada? Ponha tua esperança em Deus!”
A
vida de oração dava condições para provar as misericórdias
durante as horas do dia e a consciência da presença de Deus era o
motivo para canções durante as horas da noite.
-
A TRISTEZA É UM INSTRUMENTO PARA NOS ENSINAR QUE O PRESENTE NÃO É O FIM. V.11
Parece
que o lugar de aflição ficava nos outeiros de Mizar, nas terras do
Jordão e nos outeiros de Hermon. Ali havia um terrível inimigo que
desprezava a grandeza do Deus vivo e questionava se existia sentido
em confiar nEle.
Os
filhos de Corá identificam o momento presente como alguém que é
levado pela força de uma poderosa cachoeira, V7. A relação intima
com o Deus vivo abre o dialogo para questiona-lo sobre o sofrimento.
O sofrimento é tanto que da a impressão que os osso foram
esmigalhados, Vs 9-10. Mas não perdem a compreensão que Deus é a
sua Rocha.
Dentro
do contexto o coração de cada um se renova em esperança, V 11.
Eles podem compreender que este momentâneo silencio de Deus vai
terminar. Há uma esperança que vai além do sofrimento físico.
Paulo
afirma que a momentânea tribulação produz eterno peso de gloria,
acima de toda comparação, II Co. 4.17.
Asafe
também convida a levar nossa esperança além da visão do presente
mundo quando diz: “Ainda
que a minha carne e meu coração desfaleçam, Deus é a minha
herança para sempre” – Sl.73.26
Conclusão:
Os
autores do Salmo 42 nutrem uma esperança para sobreviver a tristeza
que vivem no presente. Este ambiente deu a eles condições para:
-
Estruturar as raízes de sua relação com Deus – Vs.1-2
-
Valorizar o significado do culto ao Senhor – V.4
-
Ter uma saudável experiência de oração – V.8
-
Entender que a alegria de seu opressor era apenas passageira – V. 11
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