TEMA - AMAR, UMA QUESTÃO DE SOBREVIVENCIA.

TEMA - AMAR, UMA QUESTÃO DE SOBREVIVENCIA.

Texto base -  I Co. 13.1-2

Introdução 

Nós costumamos usar a expressão “eu nada seria” associada a pessoas ou coisas que pessoas fizeram por nós. “Sem minha mãe eu não seria nada”; “Se não fosse o que Fulano fez por mim eu não seria nada”. Essas expressões muito comuns refletem algo muito interessante: dizem respeito sempre a algo que alguém fez por nós, a algo que recebemos. Nunca a algo que demos ou fizemos por outros. Você não escuta ninguém dizendo: “Eu não seria nada se não tivesse ajudado fulano”.

No texto em questão, Paulo inverte a lógica e o uso comum dessa expressão usando-a da maneira que melhor lhe cabe: “Sem amor eu nada seria”. Ou seja, amar é a base, o fundamento da razão de ser do homem. É uma questão de sobrevivência. A Bíblia muda o foco: não é o que os outros fazem por mim que me define, é o que eu faço pelos outros. 

Paulo, no capítulo anterior, orientava a igreja em Corinto sobre o uso e a importância dos dons espirituais. E, ao fim dessa orientação, ele passa a prevenir a igreja contra a arrogância espiritual. O amor é superior a qualquer dom e é o amor que possibilita a correta utilização destes. Portanto, sem amor, os dons e as melhores capacidades e intenções do homem não valem nada. Nada são.     

Nos primeiros três versículos, Paulo faz uma série de comparações entre o amor e outras atividades humanas importantes como o conhecimento, a comunicação, o ensino. 

O Amor é questão de sobrevivência porque: 

I -  Para viver você precisa saber se comunicar, e não há comunicação perfeita sem AMOR – Vs.1 – língua dos homens e dos anjos

O amor é a melhor comunicação. É a única linguagem verdadeiramente universal (superior ao inglês, à música, ao sorriso, etc.)- o amor é a comunicação perfeita porque se preocupa com o bem estar de quem ouve.

II - Para viver você precisa de conhecimento (ensino e aprendizado) e não há conhecimento perfeito sem amor - Vs. 2 – profecia e ciência)

No mundo dos negócios, em particular, e em todas as coisas em geral, a informação é o maior patrimônio, a moeda mais valiosa. “Conhecer todos os mistérios” e “profetizar” (tanto “ensino” como “predição”) não são nada sem amor. - a profecia (ensino) com amor preocupa-se com o bem-estar de quem aprende.

 O renomado autor cristão Philip Yancey conta num de seus livros que procurou um médico para tratar um joanete. Como Yancey é um golfista amador, o médico o orientou a não praticar golfe durante a recuperação do tratamento. Ele não ficou feliz com a recomendação e perguntou ao médico se tratava-se de uma "proibição". O médico respondeu: "Não o proibo de jogar. Mas ficaria muito triste se você o fizesse, pois agravaria seu problema." Philip Yancey se surpreendeu com a resposta. O fato do médico dizer que "ficaria triste" demonstrava uma preocupação que parecia transcender a mera responsabilidade profissional. Yancey ficou constrangido e não conseguiu jogar até acabar o tratamento. A amorosa preocupação do médico foi a melhor forma de ensinar ao impaciente paciente golfista a necessidade do repouso. 

A aquisição de conhecimento com amor preocupa-se com a utilização do conhecimento para o bem-estar dos outros. 

III - Para viver você precisa de fé (não necessariamente “fé religiosa”, mas certeza, convicção inabalável) e não há exercício perfeito da fé sem amor. - Vs. 2 – fé que remove montanhas).

 “Mover montanhas” literal ou figuradamente falando garante, com certeza, ibope e popularidade. Mas para o “milagreiro” em si, não vale nada. Os feitos não têm valor para a afirmação do ser. O “operador de milagres” só sente que vale algo quando seus feitos sensacionais buscam o bem-estar do próximo, quando são frutos de amor pois o milagre por si só não transforma ninguém. Sem amor ele não vale nada.

Conclusão

O amor é questão de sobrevivência. Não é opcional. Não podemos viver sem servir e no servir está a concretude do amor. Como diz o pastor Caio Fábio: "Não podemos nos dar ao luxo de viver apenas para nós mesmos".