TEMA - OCUPADOS DEMAIS PARA SERVIR A DEUS


  Na vida cristã é sempre oportuna a seguinte reflexão: O que produzi na obra do Senhor? Que tarefa desempenhei para contribuir com a expansão do Reino de Deus?
A igreja é constituída de dois grupos, a saber:
1) Os que fazem a obra de Deus e...
2) os que nada fazem. Você pode dizer em qual deles está?
O texto em epígrafe nos dá, com clareza, os motivos que levam as pessoas a se acomodarem de tal maneira que nada produzem. Entram num estado de inércia estarrecedor. Moisés levou a Faraó o seguinte recado de Deus: “Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto” - Êx.5.1. A “festa” na verdade representava o serviço que o povo iria prestar ao Senhor. O desejo e a ordem divina era que o povo saísse do Egito (que representa o mundo) e fosse oferecer sacrifícios ao Senhor no deserto (o deserto representando o caminhar diário do cristão por meio de muitas tribulações). Faraó representando o diabo usou uma estratégia bem conhecida nos nossos dias: “Agrava-se o serviço sobre estes homens”. Ou seja, com muito trabalho, Faraó pretendia impedir o povo de cultuar a Deus e prestar-lhe serviço. Dizia ele: Para que se ocupem nele e não confiem em palavras de mentira”. Veja bem como Satanás é astucioso. O que era verdade (servir a Deus) passou a ser mentira. O que é mentira (Ocupar-se das coisas do mundo, inclusive do trabalho excessivo, de modo a não sobrar tempo para a obra de Deus) passou a ser verdade. Faraó acreditava que esta era a motivação para desejarem ir prestar serviços a Deus: “Eles estão ociosos”.

       Você que está lendo este artigo pode estar pensando: - Mas a Palavra de Deus diz que: “Nem, de graça, comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós?” - II Ts 3.8.
É claro que Paulo apelou para a hipérbole; ninguém consegue trabalhar noite e dia sem parar. O exagero é para realçar o ensino de que não devemos viver às custas dos outros, mas devemos trabalhar para o nosso próprio sustento. Neste sentido o próprio apóstolo deu exemplo, trabalhando com as próprias mãos para não depender de donativos, no entanto, os seus atos estão registrados, mostrando que em nada foi negligente na obra do Senhor. Temos que equilibrar para não sermos pesados a ninguém, porém lembrando sempre das palavras de Jesus: “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna...” (Jo 6.27).

      A propósito, foi o Senhor que reprovou a atitude dos convidados à festa que começaram a escusar-se.
O primeiro disse: “Comprei um campo e preciso ir vê-lo”  - Lc. 14.18. Evidentemente ninguém compra um campo apenas para ser contemplado. Aquele proprietário iria vê-lo e em seguida plantar, colher, desfrutar, etc, ficando impossibilitado de atender ao chamado do Senhor à “festa”.
O segundo falou: “Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-los”- Lc 14.19. Significa ir examinar os animais e testá-los no arado da terra. Certamente não sobraria mais tempo para outra coisa.
O terceiro disse: “Casei e, portanto, não posso ir” - Lc 14.20. Na Lei está escrito: “Quando algum homem tomar uma mulher nova, não sairá à guerra, nem se lhe imporá carga alguma; por um ano inteiro ficará livre na sua casa e alegrará a sua mulher, que tomou” - Dt 24.5. Portanto, todos estavam ocupados demais para atender ao chamado de Deus.
Vivemos situação semelhante hoje. É angustiante ver como os crentes correm atrás de negócios, melhores empregos, faculdades, cursos e mais cursos. Não que estas coisas dentro de uma normalidade sejam erradas, mas falo do excesso, quando estas coisas tomam o primeiro lugar no coração do crente, destronando o Senhor Jesus com o Seu Reino. Refiro-me àqueles que estão sob pesado jugo de Faraó. Suas consciências são como os exatores de Faraó que os açoitam e os condenam de dia e de noite: “Acabai vossa obra”. E eles repassam isto a seus filhos como se fosse a coisa realmente mais importante e última na vida. Não dão se quer o dízimo do tempo para a obra do Senhor, porque estão atarefados demais.
Precisamos parar um pouco e refletir: O que será dos nossos bens, das nossas faculdades e de tudo que conseguimos ajuntar nos celeiros deste mundo, quando adentrarmos vazios às portas da Jerusalém Celestial e formos achados em falta. Quando percebermos que o nosso tesouro ficou no mundo dos mortos; que na sepultura ficou toda a nossa ciência espúria, e chegamos ao céu sem ter “crescido na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo”. Que tristeza termos de cantar: “Posso tendo as mãos vazias, com Jesus eu me encontrar? Nada fiz, e vão-se os dias, que Lhe posso apresentar? (...) Do pecado, preso em elos, passei anos em vão labor; quem me dera reavê-los, pra servir ao meu Senhor” (HC 16).
 Isto explica a falta de vocacionados para o ministério; de trabalhadores na ceara do Mestre; de homens e mulheres; rapazes e moças, dispostos para o trabalho. Alguém que se apresente para os vários trabalhos que estão por fazer. A dificuldade em conseguir pessoas para ocupar com zelo e dedicação os vários cargos disponíveis. A falta de crentes dinâmicos na Casa de Deus.
Fica, por último, estas palavras do hino 569 HC: “Morri! Morri na cruz por ti: - Que fazes tu por mim?”.

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