TEMA - CRISES COMUNS NO MINISTERIO PASTORAL
INTRODUÇÃO
Não
há como pensar em ministério sem falar em crises. Elas são parte
essencial do ministério. Se quisermos ter um ministério profícuo
devemos nos preparar para as crises. O pastor Hernandes Dias Lopes
diz que "As
crises revelam os covardes e levantam os vitoriosos".
Poderia
abordar todas as conhecidas e possíveis crises que rondam o
ministério pastoral, mas, por questões de tempo, espaço e
subordinação ao tema proposto, limitarei minhas considerações as
crises abordadas por Paulo em suas cartas pastorais. Nestas cartas,
dirigidas aos jovens pastores Timóteo e Tito, além de muitas
recomendações paulinas, encontramos algumas abordagens concernentes
as crises mais comuns no ministério.
Crises
Internas
Estas,
provavelmente, são as piores crises de uma liderança. Nelas temos
de tratar com o nosso íntimo, com o nosso sentimento e com a nossa
emoção. Por isso podem ser mais perigosas do que outros tipos de
crises
Vejamos
algumas alistadas por Paulo:
• As
Crises da Solidão e do Abandono - I Tm 1.20; II Tm 1.15;
4.10-16
Das
crises internas sofridas pela liderança, esta é a mais nociva a
alma do obreiro. Elas andam juntas. São irmãs gêmeas. São raras
às vezes em que a solidão não é acompanhada ou provocada pelo
abandono. Porém todo abandono é acompanhado de solidão. A
liderança muitas vezes nos leva a solidão. Mesmo considerando que o
líder é só, Deus sempre providencia companheiros de caminhada que
preenchem o vazio deixado pela solidão e abandono. Veja exemplo:
Elias e Eliseu - I Rs 19.14-19.
• A
Crise da Convicção Ministerial -I
Tm 1.1-12; II Tm 1.1-11
.
Esta é uma crise que nos induz a comparação. É quando começamos
a fazer comparações do nosso ministério com outros. Quando
trata-se de dons e capacitação divinos, a comparação revela-se
como infantilidade diante da verdade de que cada ministério, dom ou
capacitação são únicos; portanto, incomparáveis.
É isto que Paulo revela em I Co 12.12-27 ao comparar a
igreja a um corpo. Uma vez conscientes disto, descansaremos no fato
de que cada um é um em Deus, que é Deus em todos. Para Paulo sua
chamada ministerial era "por
ordem de Deus"
-
I Tm 1.1, "pela
vontade de Deus"
II
Tm 1.1, por sua "determinação
e graça... desde os tempos eternos"
-
II Tm 1.9, que o "designou
para o ministério"
-
I Tm 1.12 e o "constituiu
pregador, apóstolo e mestre"
-
II Tm 1.11.
• A
Crise do Fracasso - I Tm 4.13; II Tm 2.15; 3.17; 4.13
Dois
fatores são apontados como causas do fracasso: despreparo e
frustração. Despreparo pode leva a frustração e ao fracasso. O
grande problema é que as
pessoas são treinadas para o sucesso quando deveriam ser treinadas
para o fracasso. Fracasso é mais comum que sucesso.
Saiba que "Fracasso não é tão ruim se ele na ataca o coração.
Sucesso é completamente bom se ele não sobe à cabeça". Todo
obreiro precisa saber que sucesso no padrão de Deus é estar fazendo
a vontade de Deus. Por isso, Paulo recomenda o preparo de Timóteo.
Pois o preparo pode evitar o fracasso.
• A
Crise do Desânimo -I
Tm
4.14; II Tm 1.6-7; 4.5-7
Tem
sido comum encontrarmos líderes desanimados no ministério do
Senhor. O
que nos leva ao desânimo?
No contexto das cartas pastorais podemos detectar três causas: os
tempos
trabalhosos II
Tm 3.1-9, os opositores II
Tm 3.8-9; 4.14 e as perseguições
II Tm
3.11. Paulo instrui seu filho na fé a vencer qualquer desânimo com
as seguintes atitudes: valorize o seu dom I Tm 4.14, mantenha
viva a chama da vocação pelo Espírito que há em ti II Tm
1.6-7 e encare o combate como bom - II Tm 4.5-7
Crises
Externas
Estas
são as crises que vem de fora para dentro. Não agem no interior do
líder, mas ao seu redor e no seu ambiente de trabalho. Relacionam-se
mais com os outros do que consigo mesmo. Se o líder triunfar nas
crises internas será capaz de lidar com as externas. Vejamos algumas
citadas nas cartas pastorais:
• A
Crise da Oposição -II
Tm 3.8-9; 4.14-15; Tt 3.10-11
Paulo
recomenda Timóteo a ficar atento com os que aparecem como lobos no
meio de ovelhas tendo "aparência
de piedade" II
Tm 3.1-5. Todo líder precisa estar preparado para a oposição no
ministério. Até Jesus sofreu oposição. A maioria dos opositores
se caracteriza pela falsa espiritualidade. Agem atrás desta máscara.
Atuam em "nome
de Deus".
Paulo ensina que "não
irão avante",
e que "o
Senhor os pagará segundo suas obras",
pois "já
estão em si mesmos condenados".
• A
Crise das Críticas - I Tm 5.19
Paulo
orienta Timóteo a não aceitar críticas e acusações contra nenhum
líder sem provas. Quem não quiser ser criticado, não faça nada e
não diga nada; ainda assim, poderá ser criticado por omissão.
Deve-se fazer de toda a crítica uma crítica construtiva.
• A
Crise da Credibilidade - I Tm 4.12-15
Estamos
vivendo uma crise de liderança. Credibilidade é a essência da
liderança. Se você não crê no mensageiro dificilmente
crerá na mensagem.
Isto porque, nós confiamos quando as palavras do líder e sua vida
combinam. Paulo ensina que o alicerce para liderança é caráter;
não carisma - I Tm 3.1-13. Saiba que quando líderes perdem a
credibilidade é quase impossível recobrá-la. Veja o exemplo de
credibilidade de Jesus, Mt 7.28-29 (autoridade =credibilidade).
• A
crise da Valorização Ministerial - I Tm 5.17-18; Tt 2.15.
Muitos
líderes são críves, porém desvalorizados. A desvalorização é
não reconhecer a capacidade, o desempenho, a devoção e os dons do
líder. Eles podem ser pessoas de credibilidade, mas, ainda, não
valorizados a altura de seus desempenhos e capacidades. Três coisas
são detectadas por Paulo como causas
da desvalorizaçãode
um ministro:
1)
Sua idade -
I Tm 4.12
2)
Sua falta
de progresso -
II Tm 1.6
3)
Sua baixa
auto-estima -
II Tm 1.7-8. A recomendação Paulina é: seja um exemplo apesar da
idade; desenvolva o dom que há em ti e fortifique-se no poder do
Espírito Santo.
• A
Crise de Continuidade no Ministério - II Tm 2.2; 3.10-14
Esta
crise advém de dois problemas básicos: a falta de disposição em
discipular, da parte dos líderes hodiernos, isto pelo medo de
superação do discípulo e, consequentemente, a perda de seus
postos; e, a falta de desejo de ser discipulado, da parte dos
neófitos, pela razão de se acharem suficientemente capacitados para
o ministério. Algumas verdades precisam ser ditas:
1)
Não existe sucesso sem sucessor - Js 1.1
2)
O desenvolvimento de líderes é um processo em longo prazo
3)
Busque ver o líder dentro das pessoas - Jo 21.15
4)
Enfatize a produção (fruto);
não a posição (cargo)
- I Tm 3.10
5)
O teste da liderança é quando alguém o segue - Jo 10.27; I
Co 11.1.
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