TEMA - O HOMEM QUE ACHOU A CURA E A CURA QUE ACHOU O HOMEM

 Texto base - João 5.1-15


Introdução

Jesus não é e nunca foi o ÚNICO meio de “cura sobrenatural”. 
Na época Dele havia dezenas de curandeiros peregrinando pela Judéia. E havia também lugares considerados sagrados onde curas sobrenaturais aconteciam.
O Tanque de Betesda, que em hebraico significa “casa de misericórdia”, ficava em Jerusalém, ao norte do Templo, próximo ao mercado das ovelhas. Em escavações nesta região, no ano de 1888, o arqueólogo Conrad Schick, achou um grande tanque com cinco pavilhões (degraus), que levavam a uma parte mais baixa, onde havia água. Em uma de suas paredes havia a pintura de um anjo no ato de movimentar as águas!
Segundo o credo e tradição judaica, de tempo em tempo, um anjo descia naquele tanque e movimentava as águas, o primeiro que entrasse no tanque após o movimento, era curado de qualquer enfermidade! Assim se arregimentavam grandes quantidades de pessoas, esperando receber algo através de um ato místico.
Tudo indica ser o mesmo tanque mencionado no relato do evangelista João – o Tanque de Betesda.

Há vários aspectos interessantes neste texto:

O PRIMEIRO ASPECTO INTERESSANTE NESTE TEXTO - O TANQUE DE BETESDA TEM CURA, MAS NÃO TEM SALVAÇÃO EM SI MESMO.

Vivemos um tempo de curas por toda parte. Há diversos “tanques de Betesda” em nossa sociedade:
Pastores, campanhas, correntes, cruzadas, mandigas, profetas. Os centros espíritas e seus médiuns.
As peregrinações e os votos; Padres com dons de cura fazendo superlotar as paróquias.
Livros com magias e encantos que abarrotam as prateleiras das livrarias. Cura pelo poder dos cristais, das cores, da luz solar, da água fluidificada e de outros tantos salameleques.
Muitos crentes contestam a “validade” das curas fora das “fronteiras evangélicas”. Dizem que quem foi curado no espiritismo, na umbanda, no catolicismo ou em outro ismo qualquer não foi curado pra valer. Foi apenas uma “cura aparente”. Dizem ainda que o Diabo não cura ninguém, apenas “muda a doença de lugar”. É verdade: o diabo não cura ninguém. O que cura é a fé. Fé em qualquer coisa. A fé é um dom divino. E a pessoa a usa como quer. Pode canalizá-la no Deus verdadeiro ou num falso ou até em si mesma. A fé não é patrimônio dos evangélicos ou de qualquer corrente religiosa. A fé é, por assim dizer, pública. O mesmo Deus que permitiu que o Tanque de Betesda oferecesse cura, também permite curas reais em diversos ambientes e situações.
O problema é que os “tanques”, a despeito de curarem, não salvam ninguém.
Melhor que buscar a cura, portanto, é “ser achado” pela Cura que “cura e salva”.


O SEGUNDO ASPECTO INTERESSANTE NESTE TEXTO - Quem encontra a cura no “Tanque” nem sempre tem um encontro com Jesus, mas quem é encontrado por Jesus, sempre é curado.

Havia uma multidão de doentes, carentes de saúde e salvação. Todos ao redor do tanque, com os olhos voltados para o tanque e Jesus passando bem ali ao lado e absolutamente ninguém notou.
Quem é achado pela Cura, não é curado apenas, mas perdoado e orientado – o paralítico obteve a cura completa: andou depois de trinta e oito anos de paralisia, teve os pecados perdoados e ainda recebeu uma orientação do próprio Cristo para que procurasse evitar um mal maior.


O TERCEIRO ASPECTO INTERESSANTE NESTE TEXTO - Quem entra no Tanque, muitas vezes, só encontra o “agito das águas”, mas aquele em quem Jesus entra, é “agitado pela Água”

O povo ficava de olho no “mover das águas”. Quando surgia o menor sinal de agito: TCHIBUM! Todos pulavam de uma vez. Não havia replay em câmera lenta para certificar-se de quem entrou primeiro no tanque.
A cura era atestada quando alguém saia do tanque percebendo-se curado.
Por via das dúvidas alguém pulava e aí, certamente, ninguém iria ficar esperando. Que alguém fosse curado, disso não tenho dúvidas. Por milagre ou apenas por indução psicológica.
Também é certo que a maioria saia do tanque ainda doente, molhada e desapontada. Outra oportunidade, só no ano seguinte. Esperando um novo agito das águas, enquanto a “Água que agita” passava logo ali.
A necessidade maior daquele paralítico era de companhia – o homem buscava mais do que cura. Ele queria “alguém”. Quando Jesus o pergunta se quer ser curado, sua resposta é: ‘Não tenho ninguém’.
Mas, como isso é possível? Aquele homem, há trinta e oito anos paralítico, não tinha um parente sequer? Nenhum amigo? Ninguém que se solidarizasse, que se sensibilizasse?
O sujeito só podia ser um tremendo dum mala-sem-alça! Aquele típico velho rabugento, cheio de rancores e totalmente solitário. Só isso explicaria sua condição de total abandono. E isso revela algo maravilhoso sobre Jesus: para ser curado no Tanque você precisa ser o primeiro, mas para ser curado por Jesus, você pode até mesmo ser o pior.

O QUARTO ASPECTO INTERESSANTE NESTE TEXTO - Melhor que estar na “beira do tanque” é estar na “beira do caminho”

Muitas vezes nossa impotência nos deixa de fora dos lugares do “agito”, dos “moveres” e das oportunidades. Ficamos como aquele paralítico: sem ninguém por nós. Melhor assim.
Nossa imobilidade pode se prestar a nos deixar na margem do caminho por onde Jesus vai passar. Melhor que achar a cura, é ser achado por ela.

Tem muita gente por aí buscando a cura a qualquer custo. A cura por Jesus, por Maria, pelo Doutor Fritz ou qualquer outro.
A obra exclusiva de Jesus não é a cura, o milagre. É a salvação do ser.
Tem muita gente que vê Jesus apenas como o melhor “curandeiro” do pedaço.
Tem muita gente buscando cura e encontrando apenas um poço de água fria. Outros, como aquele paralítico, mais do que cura, estão a procura de alguém que os carregue.
A muitos destes Jesus está dizendo: Teus pecados são perdoados. Toma o teu leito e anda

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