TEMA - A FELICIDADE EM TERMOS PRÁTICOS
Texto
base – Tiago. 1.19-27.
INTRODUÇÃO
O que é felicidade? Perguntou o pensador
Friedrich Nietzsche, ele mesmo responde: “Felicidade é o
sentimento de que o poder aumenta, e, que a resistência será
vencida”.
Arthur Schopenhauer, o famoso filósofo
alemão disse que: “O homem nunca está feliz, mas passa a vida
toda se empenhando por alcançar algo que ele acha que lhe trará a
felicidade”.
O psicanalista Sigmund Freud observou que:
“È muito menos difícil experimentar a infelicidade do que a
felicidade”.
C. S.Lewis, o grande pensador britânico
do século 20 disse que “Deus não pode nos dar felicidade à parte
de si mesmo, porque ela não existe fora dele”.
O pastor batista Ed René Kivitz diz que:
“A felicidade não é um lugar aonde se chega, mas sim um jeito
como se vai”.
Ricardo Gondim argumenta que “A
felicidade é subproduto da busca de Deus, e que a felicidade está
relacionada com os valores do caráter”.
Nenhum aspecto da vida é mais desejável
do que a felicidade, todos queremos ser felizes. Buscamos a
felicidade em todos os meios possíveis: no consumo, na estética; no
trabalho, nos casamentos; nos projetos e até no suicídio já dizia
Pascal .
A busca pela felicidade é algo inerente,
ligado, grudado à alma do ser humano, faz parte da constituição do
nosso ser. Afinal de contas ninguém quer ser infeliz.
Tiago, em sua epístola nos fornece alguns
princípios básicos e práticos a respeito da felicidade. È lógico
que, o que ele escreveu não esgota o assunto sobre a felicidade,
mas, nos fornece algumas pistas de como podemos viver a felicidade em
termos práticos, ou seja, como tirar a felicidade de conceitos
abstratos e transformá-la em alguma coisa prática no nosso dia a
dia, ou como ele próprio disse: “... será feliz naquilo que
fizer...” - Vs.25.
Antes de debruçarmos sobre texto e
pinçarmos alguns lampejos de como adquirir felicidade, é necessário
estabelecermos algumas coisas que não são felicidade:
-
Felicidade não acontece por mágica.
Não
é algo instantâneo, ninguém se converte e passa do estado de
tristeza para o estado da felicidade, não é um pacote pronto que
cai do céu, ou ainda, não acontece pela oração do pastor ou do
evangelista super-ungido. Nutrimos a ideia que vamos cair debaixo da
unção pelo poder de Deus e, pronto! Sou feliz. “Jesus ensinou que
a felicidade não é fruto de uma só experiência, ela é resultado
de uma jornada - um estilo de vida que se adota”. Vida abundante
não se acha, ela é construída.
-
Felicidade não tem nada a ver com consumismo.
Muitos
de nós achamos que a felicidade está relacionada com o ter, o
possuir, o adquirir coisas, quinquilharias eletrônicas; casas,
carros etc. Isso na verdade tem outro nome, e não é felicidade,
isso se chama capitalismo, egoísmo. Jesus nos orientou a acumular
riquezas onde a traça e ferrugem não consomem e os ladrões não
roubam, ou seja, nosso maior tesouro deve estar com ele.
-
Felicidade não vem por sermos religiosamente bem trabalhados.
Pensemos
na seguinte história: “Conta-se que um cientista, desses mais
malucos, começou a fazer algumas experiências com uma pulga. Batia
na mesa e gritava: Pula! A pulga pulava. Depois ele arrancou uma
perna e mandou que a pulga pulasse. Com algum esforço e mais baixo,
mas pulou. E assim sucessivamente. Até que chegou a última perna da
pulga. Arrancou e gritou: pula! E a pulga nada. Pula! E nada. Aí
escreveu na sua cardeneta: As pulgas quando se arrancam todas as
pernas, ficam surdas”.
A história é engraçada, e até ridícula
do ponto de vista da realidade, mas, na verdade fazemos a mesma coisa
para achar a felicidade:
Damos o dízimo, querendo ser felizes,
fazemos à campanha da busca de vida abundante atrás de felicidade.
Procuramos cumprir todos os deveres da cartilha religiosa acreditando
que isso nos trará a tão esperada felicidade. Se formos honestos
encontraremos pessoas fora das igrejas vivendo uma vida mais bem
ajustada que muitos cristãos.
O grande problema é que estamos iguais ao
cientista, achando que a pulga não pula por estar surda, quando na
verdade ela não pula por não ter pernas para pular.
Achamos que a felicidade virá por sermos
bem religiosos, quando na realidade, ela vem por outras razões.
Quais?
Tiago nos fornece alguns valores que
precisam ser incorporados em nosso estilo de vida, que nos ajudarão
a ser um pouco mais felizes.
1. Se quisermos
ser felizes, precisamos em todas as situações da vida aprender a
ouvir. Vs.19.
Todo o relacionamento da humanidade é
baseado em falar e ouvir, pois existe uma conexão íntima entre o
falar e o ouvir; também entre o falar e a ira.
Precisamos aprender a ouvir primeiro para
só depois falar. Essa é sem dúvida uma das principais razões do
porquê muitos relacionamentos vão por água a baixo. Ninguém quer
ouvir, pelo contrário todos querem falar e ter razão. O exemplo
clássico é o do casamento em que os cônjuges não têm paciência
para ouvir, antes querem é falar, gritar, e inevitavelmente isso
leva a ira, a raiva, e assim por diante. Gosto daquela história que
é mais ou menos assim: No primeiro mês de casamento a mulher fala e
o marido escuta, no segundo mês é o marido quem fala, e, a mulher
escuta. Nos meses seguintes os dois gritam e os vizinhos sãos quem
escutam. Se aprendêssemos a ouvir mais e falar menos, viveríamos,
melhor. Não, que, não devemos falar, devemos é falar na hora
certa, ou como disse o grande sábio da antiguidade: “Dar resposta
apropriada é motivo de alegria; e como é bom um conselho na hora
certa”. - Pv. 15.23.
2. A felicidade
só vem quando deixamos de enganar a si mesmo. Vs 22-25.
Aquele que conhece as escrituras e não
procura praticá-la, é o pior dos infelizes, pois vive se enganando.
Tiago diz que seremos felizes quando deixarmos de apenas ouvirmos, de
apenas conhecermos e colocarmos em prática. Porque sabemos recitar
os credos, as doutrinas, mas, a questão é: eu estou vivendo de fato
aquilo que creio, ou estou me enganando. Como aquela mulher que sofre
de obesidade e o médico lhe passou uma dieta severa, mas que de
madrugada se levanta escondida dos filhos e vai assaltar a geladeira.
De quem ela está se escondendo? De si mesma.
No versículo 25 Tiago acrescenta que não
adianta apenas praticar uma única vez e depois abandonar. Para
sermos felizes precisamos ter a rainha das virtudes, a perseverança.
Não adianta ser bom por um tempo, tem que perseverar em bondade
sempre, e, esse princípio é válido para tudo o que empreendemos
fazer – a perseverança.
3. A felicidade
coletiva só acontece quando aprendemos a controlar a língua. Vs 26.
Não adianta tentar construir um bom
relacionamento no emprego se a nossa língua vive afiada. Se não
tomarmos os devidos cuidados, podemos, transformar o ambiente num
inferno por causa das palavras da nossa boca. Aliás, podemos
transformar a vida dos outros e a nossa num inferno.
O mesmo princípio é válido
principalmente para a igreja, pois, se queremos unidade na igreja mas
nossa língua aponta, fala mal; julga e condena. E ainda acreditamos
que seremos uma igreja feliz.
4. A felicidade
virá quando não buscarmos a nossa felicidade, mas, quando buscarmos
a felicidade do próximo. Vs 27.
Tiago aqui não está falando da obra
social como um fim em si mesma, mas do sentimento que nos motiva a se
compadecer do próximo e querer o seu bem - o amor. Então nesse
sentido não existe felicidade sem amor ao próximo, Jean Paul Sartre
estava errado quando disse que: “O inferno são os outros”,
porque na verdade só existe um meio de os homens servirem o Criador
– servindo a criatura.
Esse talvez seja o motivo que tem levado muitos casamentos ao fracasso, a busca da felicidade própria, em que cada cônjuge busca sua própria satisfação e não a do outro. Só seremos felizes fazendo alguém feliz.
Esse talvez seja o motivo que tem levado muitos casamentos ao fracasso, a busca da felicidade própria, em que cada cônjuge busca sua própria satisfação e não a do outro. Só seremos felizes fazendo alguém feliz.
5. A felicidade
acontece quando não nos deixamos corromper por esse sistema corrupto
chamado de mundo. Vs 27.
Possuímos uma idéia errada do significa
mundo na bíblia, achamos que mundo são os bares, as bebidas, as
danceterias, em fim as coisas que podem nos conduzir ao pecado.
Mundo segundo a bíblia é um sistema
diabólico que escraviza, que domina o ser humano o desvirtuando do
propósito pelo qual Deus o chamou.
O mundo existe dentro da própria igreja e
nós não fazemos caso disso, ou melhor, não admitimos. Mas toda
essa competitividade, busca de títulos, shows de “caloros” na
hora do louvor. Essas propagandas e vendas de Cds de música ou de
mensagens, só com o intuito de ganhar dinheiro e ficar famoso, tudo
isso é mundano, e da pior categoria. Os que vivem em busca disso
jamais serão felizes. Felizes os que andam, pensam, sonham e
trabalham para antecipar sinais do outro mundo, o reino dos céus.
Esses são felizes e sabem.
“Felicidade é a certeza de que nossa
vida não está passando em vão”. - Èrico Veríssimo
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