TEMA – NA PIOR SITUAÇÃO, A MAIOR REVELAÇÃO

 Texto base - Apocalipse 1.9-20.

INTRODUÇÃO

Estamos começando mais um ano. O que Ele tem reservado para nós? Não sabemos. Mas, como previdentes devemos nos lembrar que assim como o sol brilha para todos; as tempestades também caem sobre todos. Com certeza termos muitas bençãos, mas também muitas lutas. Nossas maiores dificuldades não é sabermos lidar com as bençãos, e sim com as lutas. Temos dificuldades de enxergar vantagens ou valor nos sofrimentos. Hoje de manha nós vamos aprender com a palavra de Deus a nos estimularmos a não fazermos outra coisa diante das agruras da vida a não ser buscar saber de Deus o que Ele tem para nos revelar, ensinar, corrigir, moldar quando nos permitir durante este ano as lutas e os dias escuros.

Apocalipse foi escrito por João. Vs4. Este João é o apostolo João o discípulo mais chegado e amado de Jesus. Era seu primo e foi responsabilizado por Jesus para depois de sua partida cuidar de Maria. João foi destaque entre os apóstolos. Foi chamado de “O discípulo do amor”. Suas cartas, I, II e III João, demonstram este caráter amoroso. Mas, seu amor por Cristo não o livrou das noites escuras da vida e nem do vale da sombra da morte. Seguir a Cristo custou a Ele muita dor. Certamente, porém, valeu á pena. Nosso texto mostra-nos o que João ouviu – Vs.10, viu – Vs.12 e fez – Vs.17.

I – Em primeiro lugar destacamos o que João ouviu. Vs. 10.

João andou com Cristo durante todo o seu ministério terreno. João andou com Cristo, quando Cristo não estava mais fisicamente presente. João andou com Cristo quando por causa de Cristo foi rejeitado entre os homens. João foi banido para a ilha de Patmos, uma colônia penal romana, onde se exilavam prisioneiros políticos. Ali esses prisioneiros perdiam todos os direitos civis e todas as posses materiais. Os prisioneiros eram obrigados a trabalhar nas minas daquela ilha, vestindo-se de trapos. A ilha ficava no Mar Ageu e tinha trinta e dois quilômetros quadrados. Era inóspita, por causa das rochas escarpadas e da constituição do solo, sendo praticamente desabitada naquele tempo. Era uma ilha nua, vulcânica, com elevações de trezentos metros, usada para exilar criminosos. João ficou ali por pelos menos dois anos. Mas por que João foi para lá? O Verso 9 nos dá duas razões: Por causa da Palavra de Deus e por causa do testemunho de Jesus. Os oficiais romanos consideravam João como o fomentador da religião cristã. João é condenado a sofrer humilhações, prisão, fome e trabalhos forçados por amor à Palavra de Deus. Apesar de João estar fisicamente em Patmos, achou-se em Espírito. Muitos a esta altura se achariam na carne. Ele se achou em espírito e no dia do Senhor (Domingo o dia da ressurreição).Então a ilha do exílio transforma-se em porta do céu. Em Patmos ele enfrentou a dor do Exílio, mas em espírito ele entrou na sala do trono. A voz da dor do desprezo, humilhação, abandono, exílio foi calada pela grande voz – Vs.10 do seu Senhor todo poderoso. Deus transformou a ilha solitária no palco da revelação apocalíptica para João e dela para nós.

A lição aqui é bem clara: Mesmo as maiores tragédias e dores que venhamos a enfrentar, se nos mantivermos em espírito ouviremos do Senhor sua voz poderosa a nos mostrar o seu caminho bom e direito pelo qual deveremos andar.

II – Em Segundo lugar, destacamos o que João viu. Vs;12-16.

Quando ouvimos a Deus, passamos a ver maravilhas de Deus em nossa vida. (A fé vem pelo ouvir). O que João vê? Ele Vê Jesus em sua glória. O mesmo Jesus que ele vira morrer na cruz, agora o vê em seu poder e grande glória. OBS: Seria o cumprimento na vida de João do que Ele disse em I Jo. 3.3. “Assim como é o veremos”. Somente os que vêm Jesus na cruz o verão em sua glória. A Cruz é o caminho da glória. João descreve o que vê em Jesus.

Primeiro: Suas vestes. 1.13. As vestes são de um Sumo Sacerdote e de um Rei. Jesus é nosso sumo sacerdote que através de sua morte nos conduziu a Deus. Como sacerdote Ele intercede por nós e como Rei governa sobre nós. Como sacerdote Ele foi o ofertante e como Rei ele foi o sacrifício. Como Rei, ele se fez servo e se humilhou até a morte de cruz para nos salvar e nos fazer assentar com ele nas regiões celestes, acima de todo principado e potestade. Suas vestes são compridas. Diferentes das vestes do mundo e de muitos cristãos hoje. Há muita resistência em se cobrir o corpo hoje. As pessoas querem se despir. Os que são de Cristo imitam a Cristo e cobrem o seu corpo.

Segundo: Sua Cabeça – Vs.14. Sua cabeça nos fala de sua divindade, santidade e eternidade. A Cabeça branca era também símbolo de honra e transmitia a idéia de sabedoria e dignidade. Jesus é divino. Jesus é santo. Jesus é eterno. Jesus é sábio. Jesus é digno. Diante dele os próprios anjos cobrem o rosto. Ele é tremente em majestade e glória. Como Ele é nossa cabeça, devemos imitá-lo. Sermos santos. Sermos dignos. Como Ele nada em nós deve causar vergonha ao nome de Deus. Nossas palavras devem ser cumpridas fielmente. Nossos atos devem ser feitos com amor. Nosso viver deve ser referencial de benção. Nossa Cabeça é Cristo e Cristo é Santo.

Terceiro: Seus olhos. Vs.14. Seus olhos são como chama de fogo.Ele é onisciente. Ele tudo vê. Ele é o juiz diante de quem tudo se desnuda. Ele é o juiz de vivos e mortos. Ele é aquele que julgará todos os homens e desnudará suas palavras, obras, omissões e pensamentos. Ilustração: Quando após negar Jesus três vezes, os olhos de Pedro foram focados pelos olhos de Jesus. Não ouve palavras, nem gestos. Apenas o olhar de Jesus e pronto. Pedro Saiu e chorou amargamente. Pedro Sabia pelo olhar de Jesus que Ele tudo sabia a seu respeito. Que nada ele lhe poderia ocultar. Seu trono é trono de justiça e seu julgamento está firmado na verdade. Mas seus olhos são também olhos de oportunidade. Vs.17.Os olhos do Senhor passam por toda a terra sobre os maus e bons. Os olhos do Senhor vêm ás justiças e injustiças feitas. Os olhos do Senhor estão sobre os que o temem e os livra. Ilustração: Agar.

Quarto: Seus pés. Vs15.O bronze reluzente transmitia a idéia de força e estabilidade para julgar. A força do Senhor vem do seu poder supremo. A estabilidade vem do fato de que Jesus anda no meio de sua igreja e de suas criaturas. Seu poder é sobre os céus e a terra. Ele tem poder sobre as forças da natureza, sobre os demônios, sobre as enfermidades e sobre a própria morte. Por isto está escrito: Convém que Ele reine até que ponha todos os seus inimigos debaixo de seus pés. I Co. 15. 23. Ilustração. Vale lembrar aqui que em uma ocasião o mar revolta causava medo, espanto e angustia aos discípulos. Mas Jesus veio andando por sobre as águas. E tudo o que causava temor estava sob os pés de Jesus.

Quinto: Sua voz. Vs.15. Sua voz é poderosa, incomparável e final. A voz de Cristo detém a última palavra e é a única a ter razão. A voz de Cristo é poderosa e irresistível. Ele despede chamas de fogo e faz tremer o deserto. Ela faz dar cria ás corças e fere os montes. Todo o universo ouve a sua voz e lhe obedece. Os ventos, os mares, os animais, os peixes, as aves do céu, os anjos, os homens e demônios, todos estão debaixo da autoridade de sua voz onipotente. A voz de Cristo também é transmissora de esperança. A voz de Cristo é convite ao cansado. A voz de Cristo é segurança em meio ao desespero. A voz de Cristo é tudo que nossos ouvidos precisam para que a luz ascenda nossa alma.

Sexto: Suas mãos. Vs.16. A mão direita é a mão da ação, com a qual ele age e governa. Isso mostra seu cuidado com a igreja. Sua mão é segurança. De suas mãos ninguém pode tirar o que creu. João 10.28. Suas mãos criaram e sustenta tudo o que existe. Aquelas mãos que foram feridas pelos cravos, agora são as mesmas que sustentam o universo, as mesmas que mediram as águas dos oceanos e as mesmas que amparam a sua vida. Nas mãos de quem está o seu futuro? Está nas mãos de Deus? Nas mãos de quem estão os seus problemas? Estão nas mãos de Deus? As sete estrelas são as vidas dos seus servos em suas mãos.

Sétimo: Sua boca. Vs.16. Esta espada aqui não é o evangelho, mas a Palavra de Juízo. A única arma usada pelo Cristo conquistador é a espada que sai da sua boca. O advogado que tanto labutou para a absolvição do perdido agora é o juiz que dará a sentença de condenação final. Ilustração. Capítulo 20. 11-15. Um a um todos os descrentes chegarão perante o juiz de toda a terra. E de sua boca ouvirão a sentença condenatória.

Oitavo: Seu Rosto. Vs.16. A visão agora não é mais de um Cristo servo, perseguido, preso, esbofeteado, com o rosto cuspido, não. Agora é o Rosto do Cristo cheio de glória. A luz do sol supera o brilho dos candelabros. O que João contempla aqui não é mais um rosto desfigurado, ensanguentado, mas um rosto que brilha como o sol. Agora não é mais o Cristo humilhado, mas o Cristo exaltado. Não é mais o Cristo torturado pela sede, esbofeteado pelos seus algozes, ferido pelos soldados, mas o Cristo majestoso diante de quem todo joelho se dobra.

Nono: Sua perenidade. Vs.17. Jesus é o primeiro e o último. Ele é o criador, sustentador e consumador de todas as coisas. Ele cria, controla, julga e plenifica todas as coisas. Cristo aqui é enaltecido como vitorioso sobre o último inimigo, a morte. Por ser poderoso pode dizer: Não tenha medo. Esta expressão: Eu sou o primeiro e o último, indica controle absoluto e pleno sobre tudo e todos.

Décimo: Sua Vitória Triunfal. Vs.18. João está diante do Cristo da cruz, aquele que venceu a morte. Ele não apenas está vivo, mas está vivo para sempre. Ele não só ressuscitou, ele venceu a morte e tem as chaves da morte e do inferno. Morte é um estado, inferno é um lugar. Tanto a morte quanto o inferno serão lançados no lago de fogo no juízo final. 20.14.Quem tem as chaves, tem autoridade. Jesus recebeu do Pai toda a autoridade, no céu e na terra. Mt. 28.18.Jesus não tem apenas a chave do céu, mas também da morte. Agora a morte não pode mais infligir terror, porque Cristo está com as chaves, podendo abrir os túmulos e levar os mortos à vida eterna. João ouviu a voz de Jesus. João viu Jesus em sua glória.

III – Em Terceiro lugar, destacamos o que João fez. Vs.17-19.

Quem ouve, presencia e quem presencia faz.“Não podemos fazer tudo o que devemos, mas devemos fazer tudo o que podemos”.Quando João ouviu e viu Jesus Ele fez.

Primeiro: Ele passou por um profundo quebrantamento. “Caí ás seus pés como morto”.O mesmo João que debruçara no peito de Jesus, agora cai á seus pés como morto. Isaías, Ezequiel, Daniel, Pedro e Paulo passaram pela mesma experiência ao contemplarem a glória de Deus. Em nossa carne não podemos ver a glória de Deus. É impossível ver a glória do Senhor sem se prostrar. Você que tem ouvido a voz do Senhor. Você que tem presenciado a presença do Senhor. Deve agora quebrantar-se diante de Deus.

Segundo: ele passou por uma gloriosa restauração. Vs.17. Jesus toca e fala com ele. A mesma mão que segura é a mão que toca e restaura. O mesmo Jesus que acalmou os discípulos muitas vezes, dizendo-lhes: “Não temas”, agora diz a João: “Não temas”. A mesma mão que sustenta as estrelas do firmamento é a mão que restaura o filho temeroso. A mão de Cristo é poderosa para sustentar o universos e suave para secar as lágrimas de nosso rosto. Por que Jesus está vivo não precisamos temer a vida e o que ela nos aguarda. Por que Jesus venceu a morte não precisamos temer o dia da nossa morte. Por que Jesus tem as chaves do céu não precisamos temer a eternidade.

Terceiro: João recebeu as indicações para dar sequência ao seu ministério. Vs.19. Talvez você ache que já fez tudo o que tinha de fazer para Deus. Talvez você pense que nada mais lhe falta a cumprir. Não é assim. Até que você dê seu último suspiro você é uma testemunha viva de Cristo. Você é um servo que deve servir e servir bem ao Senhor. Você deve sua vida a Ele e por tanto deve viver totalmente para Ele.

CONCLUSÃO

Na Pior Situação de sua Vida, João recebeu de Deus sua Maior revelação. O Apocalipse. Não há causas perdidas para Deus e nem fim da linha. O que Este ano te aguarda? Eu não sei e que bom. O que este ano me aguarda? Graças a Deus também não sei. Mas, agora sabemos que quer vivamos ou morramos somos do Senhor. Agora sabemos que Nosso Deus é soberano e que o pior lugar do mundo pode ser apenas o celeiro de um grande feito seu em nós e através de nós. Agora sabemos e devemos nos envolver completamente e totalmente com aquele que tem as chaves em suas mãos e que a porta que Ele abrir ninguém vai fechar e que a que Ele fechar ninguém abrir. Agora sabemos que é com Ele que vamos andar. Amém.