TEMA - O CHAMADO DO HOMEM DE DEUS

Texto base - Jo.1.6
Introdução:
O púlpito desta Igreja sempre foi honrado pelos pastores que por aqui passaram...
A escolha de um pastor é sempre algo complexo. Foge à capacidade humana. É preciso uma intervenção divina para não cometermos erros.
Num texto ficcional, alguém relatou que uma igreja local constituiu uma Comissão de Sucessão Pastoral para sugerir nomes para avaliação pela congregação.
Eis o relatório:

Adão: É um bom homem, mas não tem controle sobre sua mulher. Há rumores que ambos gostam de caminhar nus nos bosques. Quando o confrontamos com esse pecado, jogou a culpa na mulher.
Noé: No pastorado anterior, que durou 120 anos, não conseguiu ganhar nenhuma alma. Susceptível a projetos de construção irrealistas. Após receber um grande livramento de Deus, esse homem demonstrou ser um fraco e passou a embriagar-se.
Abraão: Praticava a troca de casais. No entanto, quando investigamos, constatamos que na verdade ele nunca dormiu com a mulher de ninguém, embora realmente tenha oferecido sua mulher para outros homens, apesar de nada se concretizar de fato. Quase matou seu filho, sendo detido no último segundo. Teve a oportunidade de viver em uma região muito bonita e próspera, mas passou a chance para seu sobrinho. Pode vir a cair na pobreza e tornar-se um peso para a igreja na velhice.
José: Um estrategista de grande visão, mas orgulha-se de suas capacidades. Acredita em interpretação de sonhos e já esteve preso por quase dez anos. Parece que viveu grande parte de sua vida em escravidão, o que nos faz pensar se está preparado para lidar com homens de negócios bem-sucedidos e líderes da comunidade. Acusou um homem de furto e fez com que ele fosse preso injustamente.
Moisés: Um homem manso e modesto, mas não se expressa bem, chegando a gaguejar. Isso nos faz duvidar de seu passado como membro da família real do Egito. Se tivesse essa origem, seria um orador seguro. Levanta ameaçadoramente seu cajado e tem acessos de raiva. Abandonou uma igreja anterior após ser acusado de assassinato. Além disso, achamos que seu casamento inter-racial com uma mulher etíope possa vir a causar tensão na nossa igreja.
Davi: Era o líder mais promissor de todos, até que descobrimos que se envolveu em um relacionamento extraconjugal com a mulher de um militar. Além disso, parece gostar de matar seus inimigos, em vez de procurar formar associações ecumênicas.
Salomão: É um ótimo pregador e tem uma coleção enorme de provérbios que ele mesmo criou. No entanto, a casa pastoral não é grande o suficiente para abrigar todas as suas mulheres.
Elias: Tende a cair em depressão. Desestrutura-se completamente quando é colocado sob intensa pressão. Não sabe se comportar em reuniões ecumênicas, pois zomba enquanto os outros ministros adoram e em certa ocasião até os incentivou a se cortarem com lâminas. Foi visto correndo, tentando alcançar um carro, o que nos faz suspeitar de sua sanidade.
Eliseu: Tivemos informações que morou na casa de uma mulher viúva enquanto estava em uma igreja anterior, o que pode gerar rumores e suspeitas.
Oséias: Pastor amoroso e gentil, mas não podemos tolerar a ocupação da esposa.
Jeremias: É instável emocionalmente, alarmista, negativista, sempre está lamentando por alguma coisa. Soubemos que fez uma longa viagem apenas para enterrar uma peça de roupa nas margens de um rio na Síria. Um rei que leu seus escritos lançou o manuscrito no fogo imediatamente, por causa da linguagem ofensiva, mas Jeremias, teimosamente, escreveu tudo de novo.
Isaías: Parece ser fronteiriço. Afirma ter visto anjos na igreja. Tem problemas com sua linguagem. Admite abertamente que seus lábios são impuros.
Ezequiel: Este está completamente louco. Alimentou-se de uma ração mínima, cozida sobre o esterco de vacas. Quando sua jovem mulher morreu, não esboçou a menor reação. Afirma ter visto sacerdotes e líderes políticos praticando abominações no Templo, o que é acusação absurda. Achamos que precisa de internação urgente.
Jonas: Recusou o chamado de Deus para pregar no exterior, mas teve que obedecer após ser engolido por um grande peixe em uma tempestade no mar. Nem o peixe o quis e o vomitou  numa praia. Além disso, parece que prega, mas sem desejar que as pessoas realmente se convertam. Recomendamos não arriscar com esse candidato.
Amós: Devido a sua formação de homem do campo, tem a mentalidade estreita e é grosseiro ao lidar com pessoas de nível social elevado. Sua maior experiência é em tanger o gado e em colher figos. Talvez possa melhorar após estudar em um dos nossos seminários, mas parece ter um bloqueio natural contra os ricos. Achamos que seja um pastor adequado para uma igreja situada em um bairro mais pobre.
João: Diz que é batista, mas não se veste como tal. Passa vários meses dormindo ao relento, ou em cavernas, tem uma dieta totalmente estranha e provoca os líderes de outras denominações. Tem pouco tato ao lidar com os políticos de alto escalão, fazendo-lhes acusações severas. É totalmente intransigente e não sabe contemporizar.
Pedro: Um homem rude. Dizem que retorna à antiga ocupação de pescador nos momentos mais impróprios. Tem um péssimo temperamento e pragueja quando fica nervoso. Teve um entrevero com Paulo, em Antioquia. É agressivo, mas na verdade é um frouxo e chora às escondidas.
Paulo: Líder nato e um pregador fascinante. No entanto, parece ter pouco tato, é impaciente com os pastores jovens, é severo e dizem que gosta de pregar até as altas horas da noite. Além disso, sofre de um problema de visão que o incapacita até para escrever. Provocou uma agitação civil e depois fugiu da cidade, escondido em um grande cesto. Morou durante vários meses na casa de Públio, um notório pagão, na ilha de Malta, no Mediterrâneo. Fundou uma igreja e iniciou um ministério de manipulação de serpentes. Falam que não é apóstolo. E é solteiro.
Tiago & João: São dois irmãos que gostam de trabalhar juntos. A princípio, o pacote de pregador & assistente parece bom, mas descobrimos que têm um problema de ego com relação aos demais pregadores e que gostam de ocupar posições de destaque nas festas. Certa vez, ameaçaram fazer descer fogo do céu e destruir uma cidade, só por terem sido insultados. Tivemos informações que tentam desencorajar aqueles que não seguem exatamente suas orientações. Diótrefes, que foi líder em uma igreja informa que foi sumariamente desligado após João escrever uma carta instruindo a igreja a tomar essa atitude.
Timóteo: É jovem e inexperiente demais. Não conseguiria se impor diante dos outros jovens e dos homens mais velhos. É mestiço, e sabemos o que isso significa. Além disso, um diácono que o visitou, viu uma garrafa de vinho na estante da sua sala.
Judas: As referências aqui são boas. É eficiente, discreto e tem perfil conservador. Gosta de organizar campanhas de arrecadação de fundos para ajudar as obras assistenciais. Tem boas ligações com políticos de alto escalão e com líderes eclesiásticos. Foi tesoureiro durante o tempo em que acompanhou Jesus, e sempre teve a confiança do grupo. Recentemente, diante de uma multidão, abraçou e beijou Jesus, em uma demonstração singular de confiança e de amizade. Pregará aqui no próximo domingo. Vemos possibilidades. Há um rumor que ele se suicidou ontem, mas deve ser um boato sem fundamento, tendo em vista seu tremendo potencial.
Jesus: Teve seus momentos de popularidade, mas depois que sua igreja atingiu 5000 membros, conseguiu ofender, escandalizar e afugentar a quase todos com sermões muito duros. Raramente fica muito tempo em um só lugar. Não tem nenhuma propriedade, bens ou patrimônio pessoal e seria um homem muito necessitado se o chamássemos, pois praticamente pede tudo emprestado e seus amigos precisam sustentá-lo e abrigá-lo em suas casas. Foi visto várias vezes saindo de tavernas e em conversações com prostitutas e com notórios pecadores na região da boca do lixo. Dizem que gosta de tomar bons vinhos e que não recusa convites para festas e banquetes. Parece estar muito preocupado com os demônios, e, por toda a parte, os expulsas das pessoas. Elogia aqueles que contribuem com pouco para a obra de Deus e critica aqueles que contribuem com muito. Já recebeu várias ameaças de morte, devido a sua intransigência e a rejeição aberta aos grandes líderes ecumênicos. Adentrou na maior igreja da cidade, onde havia um bazar para levantamento de fundos, e, transtornado, derrubou todas as barracas e expulsou o povo utilizando um azorrague que ele mesmo improvisou. Estar próximo de Jesus parece ser muito perigoso. Ele adverte seus seguidores que terão aflições e que serão perseguidos por serem seus discípulos. Além disso, tem a desvantagem de ser solteiro, com o agravante de não demonstrar interesse em desenvolver um relacionamento afetivo com nenhuma mulher. Grande parte de seus ensinos parece suicida, falando de sua própria morte. Seria um ministério muito negativista para a nossa igreja, lembrando que desejamos um pastor que fale sobre o poder do pensamento positivo.

 
Do texto lido, destacamos:
 
PRIMEIRO - HOUVE UM HOMEM - ISSO FALA DA SUA CONDIÇÃO 
            É homem, não é anjo. Para alguns, pastor é como se fosse divino. Exige-se dele o que nenhum super-atleta é capaz de suportar. É preciso saber que pastor é um ser humano como qualquer outro, apresenta limitações, necessidades, frustra-se, sofre, necessita de ajuda, está sujeito às mesmas paixões de todos os homens.
           
Paulo apresenta em Gl. 6.17 uma síntese de sua limitação: “Sem mais, que ninguém me perturbe, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus”. Embora fosse um grito contra os questionadores de sua chamada, Paulo apresenta que seu corpo sofria pelo evangelho.
           
Em II Tm. 2.8-10, lê-se: “Lembre-se de Jesus Cristo, ressuscitado dos mortos, descendente de Davi, conforme o meu evangelho, pelo qual sofro e até estou preso como criminoso; contudo a palavra de Deus não está presa. Por isso, tudo suporto por causa dos eleitos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus, com glória eterna”.
 
Que bom ouvir de irmãos e irmãs “pastor, eu oro todos os dias pelo senhor!”. É a maior sustentação que uma igreja pode dar ao seu pastor. Em situações difíceis, ele nem saberá que o livramento foi resposta de Deus às orações dos irmãos.
           
Que bom saber que irmãos e irmãs valorizam o seu pastor. Em todos os aspectos. Desde o respeito à sua pessoa e de sua família até o melhor que puderem em termos de sustento financeiro. Ao escrever aos Coríntios, Paulo preveniu a Igreja: “Se Timóteo for, tomem providências para que ele não tenha nada que temer enquanto estiver com vocês, pois ele trabalha na obra do Senhor, assim como eu. Portanto, ninguém o despreze. Ajudem-no a prosseguir viagem em paz, para que ele possa voltar a mim. Eu o estou esperando com os irmãos” - I Co. 16.10-11.
           
Portanto essa  IGREJA não recebe um ET. Não recebe um semi-deus ou um Deus. Recebe um homem que precisa ser amparado, sustentado e banhado em oração. Ore pelo seu pastor, mas ore mesmo! 
 
SEGUNDO - ENVIADO POR DEUS - ISSO FALA DA SUA COMISSÃO
            Embora seja humano, o pastor é enviado por Deus. Paulo testemunhou: “Dou graças a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me deu forças e me considerou fiel, designando-me para o ministério...” - I Tm. 1.12.
           
Embora haja uma intervenção da congregação local, em nosso modelo congregacional, ele é enviado por Deus. Enviado é apóstolo. Mas não apóstolo como muitos atualmente querem, uma função que sugere preeminência, hierarquia, mando, comando, capaz de dar cobertura espiritual a outros.
           
É enviado por Deus. Ele não é guindado a essa condição por intervenção humana. Se for, dura pouco! E como enviado traz boas novas. De salvação. De edificação. De encorajamento - o pastor enviado por Deus nunca será um pessimista.
            Ilustração: O pastor, o padre e o barbeiro. O pastor divulga as boas novas.
Consciente desse envio por parte de Deus, a Igreja deve confiar. Haverá momentos em que a luta será renhida, difícil demais, mas olha só que mensagem: Temos por lutas passado, umas temíveis, cruéis; Mas o Senhor tem livrado delas seus servos fiéis...
 
 
Ilustração: Quando Deus manda até o diabo obedece
 
TERCEIRO - CUJO NOME ERA JOÃO - ISSO FALA DA SUA IDENTIFICAÇÃO
 
Sua identificação - O Pr. (Empoçado) Embora respeitando a memória e o trabalho realizado pelos pastores anteriores,
Agora não é mais o pastor...
Agora não é mais o pastor...
Agora não é mais o pastor...
Agora não é mais o pastor...

      E isso não significa nenhum desrespeito à memória e reconhecimento ao trabalho deles. Mas que, para cada tempo, Deus tem instrumentos para cumprir os seus propósitos. E nós somos meramente instrumentos em suas mãos.

Houve um homem enviado de Deus chamado
Houve um homem enviado de Deus chamado
Houve um homem enviado de Deus chamado
Houve um homem enviado de Deus chamado

Agora,  UM HOMEM ENVIADO DE DEUS CHAMADO(pastor empoçado)
 
 
Lembrando Mário Quintana, no Poeminha do Contra,
Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
 
Todos eles passaram. Nós passaremos também.
A motivação de Quintana, ao escrever o poema, era a decepção ao ser derrotado na terceira indicação para a Academia Brasileira de Letras. A nossa motivação é Tiago 4.13-14: “Ouçam agora, vocês que dizem: “Hoje ou amanhã iremos para esta ou aquela cidade, passaremos um ano ali, faremos negócios e ganharemos dinheiro”. Vocês nem sabem o que lhes acontecerá amanhã! Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa”.
 
Sua sustentação - A graça divina.
João significa “agraciado por Deus ou Deus é gracioso”, ou seja, cheio de graça.
É na graça divina que está a sustentação do ministério.
Os irmãos têm como pastor uma das mentes mais brilhantes no Brasil. Um caráter excepcional. Diretor de Teologia de um dos maiores seminários do Brasil, quiçá do mundo. Mas nada disso sustentará o ministério e a caminhada da Igreja. Sua sustentação será a graça divina.
Mas, pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi inútil; antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo” - I Co.15.10.
    
CONCLUSÃO:
O livro “A Tragédia de Lyndon Johnson”, o 36º presidente dos E.U.A., que governou o país entre 1963 e 1968, setencia que Lyndon Johnson era “o homem errado, no lugar errado, no tempo errado, para o serviço errado”.
 
Praza aos céus que o pr. Valtair Miranda seja o “o homem certo, no lugar certo, no tempo certo, para o serviço certo”.

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